"Porque pertenço à raça daqueles que mergulham de olhos abertos. E reconhecem o abismo--pedra a pedra--anémona a anémona--flor a flor. E o mar de Creta por dentro é todo azul. Porque pertenço à raça daqueles que percorrem o labirinto. Sem jamais perderem o fio de linho da palavra."
__A__Z__U__L__
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Quando a pupila contrai ao medo
E dilata ao te sentir
Eu juro - falo - canto
Que nunca, antes, te vi
E o coração pincela rara tela
Em sinuosos tons de 'Déjà vu'
Eu clamo - rogo - peço
Pra você me colorir
E o tempo que me interpela
acelera para eu prosseguir
Eu nego - arremesso - escalpelo
Tudo que até aqui senti
Mas a tatuagem é chancela
E inspirada foi por ti
Eu quero - sonho - desejo
O teu beijo antes de partir
~ Adriana Gil
Imagem: Chagall
domingo, 1 de janeiro de 2012
Soneto das metamorfoses
[Quando Adriana é Carolina...]
Carolina, a cansada,
fez-se espera
e nunca se entregou ao mar antigo.
Não por temor ao mar, mas ao perigo
de com ela incendiar-se a primavera.
Carolina, a cansada que então era,
despiu, humildemente, as vestes pretas
e incendiou navios e corvetas
já cansada, por fim, de tanta espera.
E cinza fez-se. E teve o corpo implume
escandalosamente penetrado
de imprevistos azuis e claro lume.
Foi quando se lembrou de ser esquife:
abandonou seu corpo incendiado
e adormeceu nas brumas do Recife.
[Carlos Pena Filho]
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